"No
dia 30, comemora-se o Dia Mundial do Coração. O objetivo é alertar a população
para as doenças que colocam em risco a saúde desse precioso órgão e,
principalmente, ensinar a preveni-las. Neste artigo, você vai saber se faz
parte ou não do grupo mais propenso a desenvolver problemas cardiovasculares e
ainda aprender como cuidar bem do seu coração".
.gif)
Doenças
cardiovasculares são a principal causa de morte prematura nos países
industrializados. Estima-se que no Brasil existam, pelo menos, 600 mil pessoas
que convivem com algum tipo de problema. Somente neste ano, 120 mil brasileiros
devem morrer por causa de complicações cardíacas e derrames cerebrais.
Apesar
de mais comuns a partir dos 45 anos, as doenças cardiovasculares são resultado
da combinação de fatores de risco - como tabagismo, colesterol alto, diabetes e
pressão alta - durante anos e anos.
"A
prevenção deve começar cedo, pois muitas vezes não aparecem sintomas, a
detecção da doença é tardia e o tratamento torna-se apenas um paliativo",
alerta o cardiologista Glauberson Cardoso Vieira, representante em Minas Gerais do Fundo
para Aperfeiçoamento e Pesquisa em Cardiologia (Funcor). A saúde do coração e
do sistema vascular (conjunto de veias e artérias) depende de hábitos saudáveis
desde a infância.
Doenças mais Comuns
Infarto
- O infarto agudo do miocárdio é uma das doenças
cardíacas mais temidas, devido ao alto índice de mortalidade. Metade das
pessoas que tem um infarto não sobrevive a tempo de receber atendimento médico.
O infarto é provocado pela formação de um coágulo que obstrui totalmente a
passagem do sangue em uma artéria do coração, causando morte de uma determinada
região do músculo cardíaco (miocárdio). O sintoma mais comum é uma forte dor no
peito.
Insuficiência
cardíaca - Ocorre quando o coração não consegue
bombear sangue suficiente para o restante do corpo. Segundo a classificação da Associação
do Coração de Nova Iorque (em inglês, New York Heart Association - NYHA), a
insuficiência cardíaca é dividida em quatro classes, de acordo com a severidade
do problema: I (assintomática), II (leve), III (moderada) e IV (grave).
Má
circulação - Chamada pelos médicos de insuficiência
vascular periférica. Os sintomas mais comuns são dores nas pernas, que aparecem
com freqüência durante caminhadas, e passam durante o repouso.
Arritmias
- É quando o coração bate de forma irregular, ou muito
rápido ou muito devagar. O coração de um adulto normal, em repouso, bate de 60 a 80 vezes por minuto.
Ritmos cardíacos lentos são chamados bradicardias; ritmos rápidos são chamados
taquicardias. As arritmias podem ser de vários tipos e são mais freqüentes à
medida que o indivíduo envelhece. Vale lembrar que é absolutamente normal o
coração bater mais rápido em situações de excitação, medo ou durante a prática
de exercícios físicos.
Derrame
cerebral - Conhecido no meio científico como
Acidente Vascular Cerebral (AVC), trata-se de um sangramento no cérebro por
causa do rompimento de vasos sanguíneos. Pode acarretar seqüelas graves e
morte. Apesar de não ser uma doença cardíaca, o derrame cerebral é uma doença
vascular grave e está relacionado aos mesmos fatores de risco das doenças do
coração.
Cansaço
aumentado, falta de ar, respiração curta, palpitações incômodas, dores no
peito, dores nas pernas ao andar, inchaço no rosto e nas pernas, machucados que
demoram a cicatrizar. Ao notar o aparecimento de algum desses sintomas, o
melhor é procurar auxílio médico. "São sinais de que a pessoa pode possuir
uma doença cardiovascular ou então conviver com fatores que podem
desencadeá-la, como pressão alta ou diabetes", explica o cardiologista. Em
alguns casos, as doenças cardiovasculares não apresentam sintomas e podem levar
décadas para se manifestar. Por isso, é importante prevenir-se, visitando o
médico regularmente.
Colesterol
alto - É assintomático e detectado somente
através de exames de sangue. O excesso de colesterol é perigoso, porque ele é
depositado na parede das artérias, provocando a formação de placas gordurosas.
Com o tempo, essas placas obstruem os vasos sanguíneos e impedem a circulação
do sangue. Pode acarretar várias doenças, infarto, derrame e problemas de
circulação.
Tabagismo
- O cigarro contém cerca de quatro mil substâncias
tóxicas para o organismo. Entre elas, estão o alcatrão e a nicotina,
responsáveis pelo vício. O fumo provoca lesões na superfície dos vasos
sanguíneos, favorecendo a entrada e o acúmulo do colesterol nas artérias
coronárias. Está relacionado ao surgimento e/ou complicação de todas as doenças
cardiovasculares. Pode ainda provocar diversos tipos de câncer.
Pressão
alta - Também chamada de hipertensão arterial. É
um dos grandes vilões das doenças cardiovasculares, chamada de "assassino
silencioso", porque raramente provoca sintomas. A hipertensão
caracteriza-se pelo bombeamento de sangue a uma pressão superior àquela
encontrada na maioria das pessoas, de até 140/90 mmHg (milímetros de mercúrio,
unidade usada para medir a pressão). Pessoas com pressão arterial acima de
140/90 mmHg correm mais risco de ter problemas no coração, cérebro e nos rins.
A ação da pressão alta nos vasos sanguíneos é semelhante a do cigarro, isto é,
provoca lesões e favorece o acúmulo de colesterol. A hipertensão afeta cerca de
20% da população brasileira e seus efeitos tendem a ser mais sérios em pessoas
da raça negra.
Obesidade
e sedentarismo - Pessoas com excesso de peso tendem a ter
altas taxas de colesterol no sangue e predisposição a diabetes. Da mesma forma,
quem não faz nenhuma atividade física corre mais risco de enfrentar problemas
de pressão e colesterol altos. Além disso, os exercícios melhoram o
condicionamento físico, a resistência, o humor e a qualidade de vida em geral.
História
familiar - O aparecimento de doenças
cardiovasculares tem um componente genético. Quem possui parentes de 1º grau
(pais e/ou irmãos) que desenvolveram o problema antes dos 50 anos (no caso dos
homens) e antes dos 60 anos (no caso das mulheres) tem mais chances de também
sofrer do coração. "Os hormônios estrógeno e progesterona são uma proteção
natural para o sistema cardiovascular feminino. Por isso, essas doenças tendem
a se manifestar mais tarde nas mulheres", explica Dr. Glauberson.
A
melhor forma de prevenir ou adiar ao máximo o surgimento de doenças
cardiovasculares é levar uma vida saudável. Os cuidados começam com a
alimentação, que deve privilegiar vegetais, gordura vegetal, cereais e frutas.
Estudo apresentado no 23º Congresso da Sociedade Européia de Cardiologia, na
Suécia, provou que o consumo exacerbado de carnes, gordura animal, derivados do
leite, açúcar e cerveja leva a problemas cardiovasculares. Sal em excesso
também é perigoso, especialmente para quem tem pressão alta. A boa alimentação
pode evitar problemas de colesterol, pressão alta e obesidade.
Praticar
exercícios físicos regulares é o segundo passo para cuidar da saúde do coração.
A atividade física beneficia o controle da pressão arterial, do colesterol e
também da glicose, além de ajudar a emagrecer. "Está comprovado
cientificamente que as pessoas que fazem de vinte a trinta minutos de
exercícios físicos diários vivem mais e melhor", afirma o cardiologista.
As atividades mais indicadas são as aeróbicas, como caminhadas, natação e
ciclismo.
Manter
distância do cigarro. Se você fuma e deseja parar, o mais indicado é buscar
auxílio de especialistas. "Menos de 3% dos fumantes conseguem deixar o
vício espontaneamente. E a maioria desses volta a fumar após seis meses de
abstinência", alerta Dr. Glauberson. Hoje existem várias técnicas que
ajudam a minimizar o desejo de acender o cigarro, como gomas de mascar,
adesivos e remédios. Qualquer médico pode orientar no tratamento. Mas o principal
mesmo é ter força de vontade.
Além
desses cuidados no dia-a-dia, todas as pessoas - mesmo as que se sentem
absolutamente saudáveis - devem visitar o consultório médico com regularidade:
uma vez por ano, por exemplo. Não se deve aguardar o aparecimento de problemas.
Lembre-se: colesterol alto e hipertensão são assintomáticos. A Organização
Mundial de Saúde (OMS) recomenda que a medição do colesterol no sangue seja
feita periodicamente, a partir dos 20 anos. Mas é bom lembrar que nem mesmo as
crianças estão livres do problema.
Quem
fuma, tem colesterol alto, hipertensão arterial, diabetes; é obeso ou
sedentário; ou ainda têm pais e/ou irmãos com problemas cardiovasculares deve
ter atenção redobrada. Nesse grupo estão as pessoas que têm maior tendência a
sofrer do coração. O velho ditado é ainda o mais apropriado: prevenir é o
melhor remédio - principalmente para o coração.
Fonte: Bibliomed, Inc.
Nenhum comentário:
Postar um comentário